Fotos: Arquivo Pessoal
A santa-mariense Mariangela Dalcin da Cas, 58 anos, é apaixonada pela família e pela profissão. Professora há 35 anos e diretora há 26, atua na Escola Municipal Padre Nóbrega. Casada com o empresário Nelci Vicente da Cas, há 34 anos, ela é mãe de Milena Dalcin da Cas, 32, formada em Ciências Contábeis pela UFSM e de Bruna Dalcin da Cas, 29, formada em Business Administration na Southern Nazarene University, em Oklahoma City, residente nos Estados Unidos. Além da formação em Letras Português/Inglês e respectivas literaturas, pós-graduação em Língua Inglesa e em Gestão Escolar, Mariangela também é formada em Direito pela Ulbra. Nesta entrevista, a professora compartilha um pouco dessa trajetória, que é permeada pela Educação.
Diário - Quais são as suas principais lembranças de infância?
Mariangela Dalcin da Cas - Nasci no Bairro Nossa Senhora das Dores, onde também cresci e casei. Meu pais eram proprietários do Hotel Rossato, hoje Hotel Ravas. Fiz parte do Conselho Paroquial da Igreja Nossa Senhora das Dores e atuo como Ministra da Visitação. Sou devota e Guarda Nobre da Mãe Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt. Confio em sua proteção. Ela ocupa um lugar de destaque em minha casa. Minha infância e adolescência foram felizes. À época, criávamos nossas brincadeiras. Sempre gostei de estar com amigos. Como tenho quatro irmãs e um irmão, nossa casa era cheia de vida, com muita conversa e barulho. Santa Maria é uma ótima cidade para viver. Só trocaria minha terra natal para morar perto do mar.
Diário - Como iniciou a trajetória profissional?
Mariangela - Iniciei minha trajetória profissional na Prefeitura Municipal de Santa Maria, na Escola Padre Reus, em 1984, como professora de português e inglês e, após, vice-diretora. Em 1987, iniciei as atividades na Escola de Primeiro Grau Incompleto Padre Nóbrega, hoje Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Nóbrega, localizada na Vila Rossato, onde iniciei a função de coordenadora pedagógica. Em 1990, fui eleita diretora por dois anos e reeleita por mais três. A partir de 1998, depois de mais uma eleição para o cargo, assumi a direção da escola, onde estou até hoje. Também trabalhei pelo Estado, na Escola Romulo Zanchi, mas acabei por exonerar-me e trabalhar só no município.

A família: Bruna (a partir da esq.). Mariangela, Nelci e Milena
Diário - Como é a experiência de dirigir uma escola pública nos tempos atuais?
Mariangela - Dirigir uma escola tem seus desafios. Estamos envolvidos com pessoas: pais, alunos, professores e funcionários e também com toda a parte administrativa. Essa atividade requer muita paciência, tolerância, humildade e empatia. Só assim, teremos um ambiente saudável de trabalho. Como diretora da Escola Padre Nóbrega, busquei a ampliação de séries e do espaço, priorizando melhorar as salas de aulas, nas quais pudéssemos atender bem aos alunos. Meu objetivo sempre foi manter a qualidade de ensino, junto à equipe diretiva e professores.
Diário - Que outros desafios a senhora tem abraçado como diretora?
Mariangela - Atualmente, estamos batalhando por um ginásio de esportes. Para chegar a resultados positivos, uma escola tem que ter professores competentes e qualificados que amam o que fazem, além da colaboração da comunidade escolar, um Conselho de Pais e Mestres (CPM) e Conselho Escolar atuantes. Felizmente, temos alcançado esses objetivos. Nossa Escola é bem conceituada. Por isso, a procura por vagas é grande. Não conseguimos atender a demanda, principalmente nas séries iniciais. Neste contexto, primamos pela organização, limpeza e bem-estar de todo o núcleo escolar.
Diário - Neste contexto, que valores são enfatizados aos alunos?
Mariangela - Damos ênfase ao respeito, à tolerância e à responsabilidade. Os alunos que passam por nossa escola lembram dela com carinho e, sempre que podem, retornam para participar de atividades conosco, entre elas, estágios, desenvolvimento de projetos ou simplesmente para matar a saudade. Nos dias de hoje, não é fácil dirigir uma escola. Os desafios são maiores, tanto pela parte administrativa, com programas que demandam várias prestações de contas, quanto com os alunos, que chegam à escola com sérios problemas de concentração e falta de limites. Tem ainda a questão tecnológica, que, cada vez mais, domina as pessoas. Com empenho dos professores e apoio dos pais, temos conseguido lidar com esses problemas e alcançado bons resultados.